Os
smartphones certamente parecem ser os alvos da vez no mundo dos vírus.
Eles costumam conter muito mais informações pessoais do que nossos
computadores, pois são objetos que normalmente não compartilhamos com
ninguém e com os quais estamos ligados durante toda extensão do nosso
dia. Atualmente, é muito mais provável que nossas senhas de bancos,
nossa informação de cartão de crédito e outros dados importantes estejam
armazenados em nossos smartphones, tornando-os alvos preferidos
daqueles que criam malwares.
Apesar do aumento da presença destas ameaças, ainda existe muita
desinformação sobre como elas funcionam e, mais importante, sobre como
se proteger delas. Por isso, nós, aqui do TecMundo, decidimos escrever
um artigo para esclarecer um pouco os mitos e verdades sobre os vírus
para celular.
1. É muito fácil pegar um vírus para o seu celular
Podemos dizer que qualquer aparelho conectado à internet, seja ele o
seu computador, o seu celular ou até mesmo estes eletrodomésticos que
podem ser controlados via rede, está sujeito à ação de vírus. A
diferença entre os sistemas também não é relevante: Android, iOS,
Blackberry, Windows e os demais podem igualmente ser alvos de malware
extremamente prejudiciais.
Apesar deste problema, não é tão fácil assim pegar um vírus para o
seu celular, já que todos os sistemas são relativamente seguros.
Definitivamente, seu smartphone só será infectado se você baixar e dar
permissões amplas para um aplicativo suspeito, o que não é a situação
mais simples do mundo.
2. Quais são as principais formas de ameaça?
A ameaça mais básica para o seu celular são malwares dedicados a
roubar informação e se valer da sua identidade para mandar spams,
comprar produtos, serviços e outros problemas semelhantes. Normalmente
eles se disfarçam na forma de aplicativos úteis, versões gratuitas de
softwares pagos com linhas de código alterada. Apesar disso, é muito
raro que eles consigam passar o crivo das lojas oficiais como o Google
Play e a App Store. As empresas responsáveis por estes sistemas dedicam
muito tempo e esforço para manter sua oferta de aplicativos livres deste
tipo de esquema, ainda que a Google tenha mais dificuldade neste front
graças à natureza livre do seu OS.
Outros tipos de vírus que afetam celulares, ainda que sejam mais
incomuns aqui no Brasil, são aqueles oriundos de SMS. Eles ocorrem
quando você recebe uma mensagem com anexos, uma imagem ou outra coisa
que precise ser aberta, e este arquivo em questão pode ser um tipo de
malware. Mesmo quando você conhece quem enviou a mensagem, isso não
torna o arquivo mais seguro, já que, uma vez dentro do seu aparelho, ele
ganha acesso aos seus privilégios e sua lista de contatos, podendo
enviar mensagens para todos os seus conhecidos.
As consequências destes ataques normalmente são contas de telefone
bem mais infladas, já que você acaba enviando SMS para serviços Premium
que cobram para responder e enviar mensagens para o seu aparelho. Por
essa razão esse tipo de ataque é tão infrequente no Brasil.
Outras ameaças existem, como baseband hacking, processo no qual é
possível escutar as suas ligações e outras ações similares, mas eles
requerem um gigantesco conhecimento técnico, bem como uma torre falsa de
recepção de sinal, e são tão raros e incomuns que não é necessário se
preocupar com eles.
3. Como alguém pega um vírus no celular e como evitá-los?
Como já mencionamos, o primeiro passo é baixar um aplicativo ou abrir
um arquivo desconhecido. É sempre importante ler as resenhas na loja
antes de se comprometer com o download. Se você estiver em dúvida por
causa de comentários controversos, não hesite em usar o Google e
pesquisar um pouco a respeito do programa. Se não aparecer nenhum
comentário particularmente negativo a respeito dele, sinta-se livre para
baixá-lo.
Outra atitude importante para evitar dores de cabeça é verificar as
permissões que os aplicativos lhe pedem quando baixados. Afinal, por que
um wallpaper precisa conhecer sua lista de contatos? Sempre desconfie
de apps que requerem coisas que não estão ligadas às funções que ele
descreveu na loja.
A realidade é que a melhor forma de se proteger de malwares é sendo
inteligente. Se você não instalar softwares crackeados e não oficiais,
ou prestar atenção em tudo que você baixa, certamente não ocorrerá nada
com o seu celular, e isso vale para qualquer sistema operacional.
4. Cuidado na hora de navegar
A internet das redes sociais é um prato cheio para URLs curtos que
levam a sites mal-intencionados, spam, conteúdos duvidosos e até
downloads de vírus. Desta maneira, assim como no seu computador, é
importante tomar cuidado com os sites que você entra e especialmente com
os links que você recebe.
A dica mais vital é: nunca aceite a instalação de executáveis e
outros arquivos quando estiver em sites com que você não está
familiarizado. Ainda que seja incomum que você pegue vírus para celular
desta maneira, ela pode ocorrer também.
5. Androids são mais inseguros que iPhones
Apesar do que alguns dizem, o Android é uma das plataformas menos
suscetíveis a vírus. Estima-se que menos de 0.001% das instalações de
aplicativos são capazes de trespassar a segurança da Google.
Os poucos aplicativos maldosos que passam pelo crivo da empresa
precisam romper uma série de barreiras até causar mal ao seu sistema.
Primeiramente, o Android não lhe deixa instalar aplicativos dos quais
não se sabe a procedência, uma opção previamente marcada e que impede a
entrada de qualquer software maldoso no seu sistema. Se você ultrapassar
esta segurança, ainda existem mais outras cinco precauções até ele ter
acesso ao seu OS, como a verificação das permissões, a checagem de
segurança de runtime etc.
Esta fama de inseguro do Android se dá por sua liberdade. Qualquer um
pode colocar um App na Playstore, enquanto a App Store deixa este
privilégio reservado apenas para a própria Apple, que avalia caso por
caso antes que alguma coisa entre. Apesar disso, existe uma ideia
extremamente errada de que o iPhone é imune a vírus e malwares. Apesar
do controle sobre os aplicativos, frequentemente descobrimos falhas de
segurança no sistema operacional da Apple.
A Symantec, uma das maiores empresas de segurança na web, escreveu um
relatório reportando que encontrou cerca de 387 falhas de segurança no
iOS; para o Android, o número de erros que eles encontraram foi de
apenas 13. Outros métodos, como o Jailbreaking, que libertam o iPhone do
monopólio da Apple, permitindo o acesso a outras lojas, o tornam ainda
mais vulnerável do que o Android a aplicativos maldosos. Estima-se só na
primeira semana do Evasion (programa de jailbreak) que mais de 7
milhões de usuários tenham feito uso dele, mostrando a força deste tipo
de recurso na plataforma da Apple.
6. O vírus de celular pode se espalhar pelo ar
A não ser que falemos sobre redes de WiFi compartilhadas, ou que é
possível baixar malwares a partir da sua conexão 3G, é praticamente
impossível pegar um vírus pelo ar. A única possibilidade, como já
mencionamos, seria se alguém montasse uma antena pirata e soubesse
passar todos os firmwares de seu sistema. Ainda que casos como esse
tenham aparecido nos Estado Unidos, eles são tão raros que nem entram em
estatísticas.
7. Um vírus pode estragar ou queimar o celular?
A priori, um vírus de software nunca vai afetar o hardware do seu
celular. No entanto, em raras ocasiões, ele pode danificar
permanentemente o seu sistema, transformando o seu aparelho em um peso
de papel elegante. Apesar disso, estes casos são extremamente raros e a
maioria dos vírus hoje em dia deseja roubar informação ou replicar uma
ação lucrativa para o hacker. Ninguém ganha nada simplesmente destruindo
o sistema de um celular, por isso esse tipo de vírus é extremamente
incomum.
8. Um vírus pode fazer seu celular drenar a bateria?
Certamente a presença de um vírus poderá afetar drasticamente a
bateria do seu celular. Isso ocorre por que ele precisa utilizar sua
memória e o seu processador para funcionar, efetivamente agindo como
qualquer outro processo dentro do seu celular. Quanto mais processos
você tem abertos, mais bateria você gasta, e, quanto mais eles exigirem
de você, mais rápido sua bateria será drenada.
Por essa razão, é possível dizer que isto não é um mito, ainda que
não necessariamente um vírus vá gastar muito mais da sua bateria do que
normalmente já é utilizado.
9. A maioria dos antivírus não funciona
Infelizmente esta informação não se trata de um mito. Todo este medo
em torno dos vírus para celular criou um mercado muito grande para
empresas dispostas a vender softwares prometendo proteção fácil para
seus clientes.
Um antivírus de verdade não pode ser produzido para os atuais
sistemas operacionais dado os SDK (software development kits) e tipos de
permissão e acesso para as empresas desenvolvedoras. Para detectar e
acabar com vírus reais, um software precisaria ser rodado como um
processo root no sistema, algo que simplesmente não é possível no
Android e no iOS. No máximo estes programas funcionam como verificadores
de assinatura, que monitoram os pacotes instalados de maneira atenta
para qualquer erro de código ou linha suspeita.
Mesmo empresas tradicionais, como a Norton, sofrem com “antivírus”
que instalam dezenas de apps desnecessários e que não ajudam muito, por
isso na maioria das vezes é melhor evitar a instalação deste tipo de
aplicativo.
10. Alguns apps de defesa realmente ajudam
Nem todas as empresas são mal-intencionadas neste campo da segurança
de celulares. Alguns aplicativos leves e gratuitos, como o 360 Mobile
Security e o Avast, se focam naquilo que é mais importante: buscar
códigos maliciosos, ficar atento a brechas no sistema operacional e, o
mais importante, fazer com que o seu celular funcione de forma mais
otimizada.
Estes softwares vão escanear aplicativos antes de você baixá-los, vão
verificar os diferentes URLs acessados pelo seu browser e no geral
funcionam como um muro preventivo para que seu sistema não seja atacado.
Na hora de escolher um bom software de proteção, faça o mesmo que
recomendamos quando você tiver interesse por um app suspeito e pesquise
intensamente sobre ele. Leia as resenhas na loja, depois vá ao Google e
veja opiniões mais completas dos diferentes usuários.