
O meu primeiro smartphone foi um
Android, adquiri um
Motorola Defy
no começo de 2011 e desde então me mantive no sistema operacional móvel
do Google. Acabei encontrando mais vantagens em adquirir apenas a
linha Nexus que oferece a versão pura do sistema, minha primeira experiência com ele foi num Nexus S e depois no Galaxy Nexus.
Decidi mudar de sistema e partir para o iOS. Já tinha testado o
Windows Phone 7 e não curti muito, a escassez de aplicativos realmente seria um problema, e então em novembro eu comprei um
iPhone 4S
de 16GB. Não foi o primeiro contato com o sistema porque já possuía o
iPad, mas mesmo assim tive que me acostumar com diversos aspectos, que
iam além do sistema, o principal era a tela menor do que estava
acostumado.
Como sempre dizem, há alguns pontos no sistema da Apple que são muito
melhores do que no sistema do Google e vice-versa, mas já adianto que
atualmente prefiro o iOS. Nos próximos parágrafos irei explicar o porquê
e contar o que faz e o que não faz falta.
Adaptação
O
iOS tem a fama de ser um sistema simples e
amigável para o usuário, com menos possibilidade de customizações do que
o Android, menos problemas com segurança e mais estável quando se diz
respeito a desempenho. As primeiras impressões foram ótimas, não me
confundi com o sistema e consegui encontrar o que eu queria sem muitas
dificuldades, até porque, como disse acima, conheço o sistema pelo iPad.
Me impressionei com a velocidade dele e ele sempre manteve a mesma
eficiência em todas as atividades. A tela menor me possibilitou mexer no
aparelho com uma mão só (e isso faz uma baita diferença em alguns
momentos) e ao contrário do que eu imaginava, foi muito fácil digitar
nele, hoje digito muito mais rápido do que digitava quando usava o
Android.
Trazer os
contatos da conta do Google não foi
difícil, apenas transferi um arquivo do Google Contacts e coloquei no
iCloud. Instalei os aplicativos básicos e comecei a usar o aparelho, o
primeiro problema logo surgiu: a bateria dele dura muito menos do que os
outros aparelhos Androids que eu usei,
segui algumas dicas,
otimizei algumas opções e consigo hoje usar ele o dia inteiro
carregando duas vezes por dia, não é o ideal para mim, porém consigo me
virar com isso, o lado bom é que parece que o
iPhone 5 tem uma autonomia bem melhor do que o 4S.

Fiquei bem satisfeito com o nível de design dos
aplicativos
do iOS. O Android tem alguns aplicativos muito bem desenhados também
(principalmente os exclusivos da plataforma), mas no geral, se
compararmos a qualidade das aplicações publicadas na AppStore com as do
Google Play, a Apple leva grande vantagem aqui. Inclusive os aplicativos
do Google que são desenvolvidos para o iOS conseguem ser mais atrativos
do que as versões do Android. O Gmail é belíssimo, o aplicativo de
pesquisa que ganhou alguns recursos do Google Now também é sensacional.
O que faz falta
Um dos aplicativos que mais usava no Android não está disponível para
o iOS, e ele nunca poderá ser usado num iPhone, até porque o sistema da
Maçã é bem mais fechado. Estou falando do
AirDroid,
com ele você pode acessar pelo navegador do seu computador praticamente
todo o sistema do seu celular, dá para enviar arquivos do computador
para o celular, baixar arquivos do celular no computador, visualizar
fotos e até mesmo responder SMS, tudo isso sem fio, bastava ter o
computador e o smartphone conectado na mesma rede Wi-Fi.
Outro aplicativo que sinto muita falta é o
Cubed,
um dos melhores players de música do Android. O que mais me chamava a
atenção nele era a possibilidade de baixar todas as capas dos discos
direto do aplicativo e deixar a organização das minhas músicas mais
atraente. No iOS não há nenhum opção semelhante, pelo menos não
encontrei algo do tipo até agora, e se eu quiser todas as minhas capas
terei que organizar as músicas pelo iTunes. Existem algumas maneiras de
fazer isso de não ter tanto trabalho, mas me falta tempo e paciência
para fazer o download de todos os covers e aplicá-los às músicas.
O
Last.fm fez falta no começo, no Android você baixa
o aplicativo e ele roda em segundo plano, fazendo o scrobble das
músicas que você ouve pela maioria dos players do Android. No iOS,
quando comecei a usar não havia nenhuma solução oficial e
particularmente não gosto de usar aplicativos de terceiros para certas
redes sociais (com exceção do Twitter), mas finalmente o pessoal do
Last.fm lançou um aplicativo que faz scrobble e tudo, além de ser muito bonito e ter diversos recursos.
Os
widgets e a customização da tela inicial fazem
falta, apesar da tela inicial do iOS ser bonita e organizada, com o
tempo ela se torna “estática” demais. No Android era possível adicionar
wallpapers animados, widgets com informações sobre o tempo ou notícias e
mais um monte de funções, assim como organizar a posição dos
aplicativos como bem entendemos. No iPhone estamos limitados aos ícones
dos apps e no máximo podemos criar pastas para organizá-los, eu
realmente gosto desse modelo, mas alguns usuários mostraram conceitos
que poderiam tornar a homescreen mais interessante.

O Android possui um sistema de
compartilhamento de arquivos
e informações muito mais aberto e cheio de possibilidades do que o iOS,
clicando nas opções de compartilhamento em uma foto no Android abre a
possibilidade de escolher praticamente qualquer aplicativo que suporta
alguma imagem, como o Evernote onde é possível adicionar imagens às
anotações, ou então enviar para o Instagram direto da foto ao invés de
ter que abrir o app e só depois escolher a imagem. Infelizmente no iOS é
limitado ao Facebook e ao Twitter e seria muito mais interessante se
fosse possível uma integração melhor entre diversos aplicativos e a
Siri
também. Um exemplo é quando pedimos instruções para um determinado
local, automaticamente a assistente de voz irá exibir os mapas da Apple,
seria muito melhor se pudéssemos escolher qual app iria mostrar as
informações. Sinto falta do Google Now também.
O que gostei
O iOS é um sistema extremamente consistente nas tarefas, ele deve ter
travado uma ou duas vezes nesses dois meses de uso, além disso, ele é
bem
fluído, as animações fazem com que pareça ainda
mais veloz do que qualquer outro sistema. Um dos pontos mais positivos é
o número de recursos nativos, assim não é necessário baixar vários
aplicativos para obter algumas funções importantes, podemos destacar o
aplicativo nativo de Lembretes e Notas e também não posso deixar de
citar o iMessage, que funciona como um WhatsApp, mas só podemos trocar
mensagens com usuários dos produtos da Apple.
A qualidade dos aplicativos é superior, a maioria deles são muito bem
desenhados e normalmente são mais bonitos e usuais do que no Android.
Alguns aplicativos que existem para as duas plataformas e que prefiro no
sistema da Apple são: 8tracks, Scrobbler (Last.fm), Gmail, Evernote,
Instagram, IMDb, Vimeo, Skype, WordPress, Facebook, Foursquare,
Flipboard e Quora.
Além disso, existem alguns aplicativos exclusivos para o iOS que fazem falta no robô, como o
Band of the Day,
TweetBot
que é de longe o melhor cliente para Twitter que já use, Chegou? que
monitora as encomendas postadas nos Correios, Byword para edição de
textos, Camera+, entre tantos outros, incluindo alguns ótimos jogos.

Um detalhe que pode parecer bobo aos olhos de alguns, mas que faz diferença são aquelas
“bolinhas vermelhas”
que ficam na parte de cima dos ícones na tela inicial que indicam itens
não lidos no e-mail, Twitter, entre outros. É uma mão na roda quando
você quer saber quantas notificações e tarefas tem em determinado
aplicativo sem precisar entrar nele, inclusive alguns aparelhos da
Samsung possuem esse recurso.
As fotos no
iPhone são sensacionais, e o aplicativo
de câmera ainda oferece a opção de HDR e fotos panorâmicas que fazem
isso melhor do que qualquer outro aparelho. O aplicativo Camera+ pode
ajudar a obter ainda mais recursos e qualidade para as imagens
capturadas com o aparelho.
Saindo um pouco do sistema e falando sobre o aparelho, a resolução da
tela dele é ótima e o tamanho dela é ideal para segurar com uma mão só,
tanto é que alguns usuários disseram que a tela do
iPhone 5,
que possui 4 polegadas, é um pouco mais difícil de manusear usando
apenas uma mão. A quantidade de acessórios disponíveis para ele também
um grande atrativo, temos desde lentes para a câmera, até docks e
amplificadores de som, além de uma quantidade enorme de cases e
capinhas.
Conclusão
O iOS agora é o meu sistema preferido. Todo o
ecossistema
criado em torno dele e a velocidade, estabilidade, além dos aplicativos
mais bem desenvolvidos fazem do sistema superior. O Android evoluiu
demais e a versão 4.1 Jelly Bean está sensacional, e justamente pelos
vários recursos que ele tem acaba deixando o sistema um tanto quanto
bagunçado, ainda faltam alguns recursos nativos e mais segurança em
alguns aspectos, assim como estabilidade.
O sistema da Apple precisa
evoluir em alguns pontos.
A adição de gestos, tantos nos recursos nativos do sistema, quanto nos
aplicativos de terceiros seria muito bem vinda. A “conversação” entre
aplicativos seria outra melhoria significativa, deixar os aplicativos
interagirem entre si e abrir mais a possibilidade de compartilhar
informações uns com os outros, algo que no Android os desenvolvedores
possuem mais liberdade.
Além disso alguns recursos visuais seriam muito bem vindos. Recentemente alguns desenvolvedores colocaram no
Cydia o
Auxo, um aplicativo que muda completamente o
“app switcher”
local onde acessamos os aplicativos do multitarefa no iOS, e como já
sabemos, vários recursos que foram apresentados primeiro para a
comunidade do
jailbreak se tornaram recursos nativos do sistema depois, torço para que a Apple copie esse. :P
Tornar a tela inicial menos estática seria uma boa também,
esse conceito é bem interessante também, e as notificações poderiam ser redesenhadas
dessa maneira.
O
Android continua sendo um ótimo sistema para mim,
mas é só eu deixar o iPhone um pouco de lado para testar algum outro
aparelho que aparecem algumas dificuldades e a falta de alguns recursos
que já me acostumei no aparelho. No geral, a adaptação foi fácil e
rapidamente passei a preferir o sistema da Apple, espero que o sistema
dê uma mudada na versão 7 e que essas mudanças sejam focadas um pouco no
visual.