11 de setembro de 2012

Mais de 30 mil portugueses já expressaram a sua indignação no perfil de Pedro no Facebook

escrito por João Fernandes a 10 Setembro 2012
 
Sample Image
Pedro Passos Coelho anunciou mais medidas de austeridade na sexta-feira e no Domingo postou uma mensagem no seu perfil de Facebook onde como “cidadão e como pai” afirma que fez “um dos discursos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer”.

Mas a mensagem do líder do Executivo não comoveu os portugueses que desde logo começaram a comentar a mensagem criticando Passos Coelho e o Governo. Esta manhã mais de 31 mil comentários reagiam às declarações do primeiro-ministro, em menos de 24 horas, e ao longo do mural pode-se encontrar tudo desde insultos, muitas críticas, sugestões e até algumas, poucas, mensagens de apoio. As mensagens funcionam como um barómetro dos portugueses à nova onda de austeridade e através delas pode-se concluir que os cidadãos estão revoltados e indignados com mais aumentos de impostos.

Pelo menos 6900 pessoas fizeram “gosto” na mensagem de Passos, o que pode indicar de alguma forma aprovação pelo anúncio de mais medidas ou pelo menos compreensão pela situação, e a mensagem foi partilhada mais de 3 mil vezes na rede social.

Filipe, por exemplo, questiona o primeiro-ministro e exige conhecer mais dados relativamente às novas medidas, como saber o número de empresas que contrataram novos funcionários devido à redução da Taxa Social Única (TSU) de 23,75% para 18%.

As críticas também vêm de militantes dos partidos da coligação governamental. Lita afirma ser filiada no CDS mas pede “desculpa a todos os portugueses por ter contribuído para esta roubalheira” do Governo e apela mesmo a “algo inédito”, nas suas palavras, como votar num partido de esquerda e não no PSD, PS e CDS. “Talvez isto mude… é uma tentativa”, escreve.


Para Sofia, os sacrifícios devem começar pelo Governo, como: “Acabarem com a frota de viaturas com motoristas, com as regalias de antigos membros do Governo, cessar com os luxos diplomáticos, tributarem as fortunas, prescindirem de subsídios, cortarem nos vencimentos, terminarem com as reformas douradas, porem um ponto final à acumulação de cargos?”.

A prolongação do corte dos dois subsídios aos reformados também merece uma chamada de atenção em algumas mensagens. Victor, que se identifica como sendo médico há mais de 40 anos,  considera-se “roubado” pelo Governo pois sempre descontou todos os meses para a Caixa Nacional de Aposentações e afirma que não deve “um tostão ao Estado”.

Ana ironiza com a apresentação de mais austeridade e remete e alude à queda do Governo de José Sócrates em 2011, após os partidos da oposição terem rejeitado mais medidas de ajustamento. “Não quiseste o PEC 4 e agora já vais para ai no PEC 785”, diz.

Mas entre as críticas também surgem mensagens de apoio como a de João: “Já que há tanta gente a criticar porque não fazem melhor?”.

Alguns das mensagens pedem mesmo a demissão de Passos Coelho, como a de Rosário: “Demita-se por favor, é o mínimo que se lhe pode pedir!”.

Um dos comentários, assinado por Rui, opta por apresentar 29 medidas alternativas a Passos, desde a redução do número de deputados, a “redução drástica das câmaras municipais” ou a cobrança de mais impostos aos bancos.

Manifestação contra a austeridade

Apesar da manifestação "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!" já estar marcada para 15 de Setembro, sábado, antes do anúncio de Passos Coelho, as novas medidas deram um novo alento ao protesto que já conta com mais de 14 mil confirmações na sua página do Facebook .

Os organizadores consideram que chegou o momento de "fazer qualquer coisa contra a submissão e a resignação, contra o afunilamento das ideias, contra a morte da vontade colectiva".

As medidas de austeridade, defendem, contribuem para o "aumento exponencial do desemprego, da precariedade, da pobreza e das desigualdades sociais, a venda da maioria dos activos do Estado, os cortes compulsivos na segurança social, na  educação, na saúde (que se pretende privatizar acabando com o SNS), na cultura e em todos os serviços públicos que servem as populações".

O manifesto é assinado por nomes como o maestro António Pinho Vargas, a actriz São José Lapa ou os jornalistas Nuno Ramos de Almeida e Sandra Monteiro. O ponto de encontro está marcado para o próximo sábado às 17 horas na praça José Fontana, em frente ao Liceu Camões.

 Fonte : Dinheiro Vivo
 
 -----------------------------------------------------------------------------------------------

Sem comentários:

Enviar um comentário